Liderança: Cada empresa requer um tipo de líder



Segundo César Souza, sócio-diretor da Empreenda, a cultura e os objetivos da organização determinam o perfil de liderança necessário

“A pessoa não nasce líder. Aprende a ser.” Com essas sentenças, César Souza, sócio-diretor da consultoria de gestão e recursos humanos Empreenda, reforça a tese de que a cultura e os objetivos da empresa são determinantes para o tipo de líder que ela precisa. “Não adianta buscar no mercado pelo currículo ou histórico de resultados. No geral, com o tempo, a solução torna-se um problema. O ideal é aproveitar os talentos internos, formar a liderança”, ressalta o executivo.

Para ratificar, Souza diz que existem várias categorias de líderes. E todos serão bem-sucedidos se estiverem em sintonia com as necessidades da organização. “Ele pode ser centralizador ou participativo, focado em resultados ou em pessoas, olhar apenas para dentro de empresa ou para o externo, ser desagregador ou integrador de equipes, adepto do vale-tudo pelos objetivos ou íntegro”, elenca.

O que vai determinar o perfil adequado é a cultura da empresa ou o momento pelo qual ela está passando. Em tempos de crise, um líder centralizador e focado em resultados é mais apropriado. Para organizações inovadoras, que visam o longo prazo ou a sustentabilidade dos negócios, um participativo, que interage com os funcionários e está atento às demandas do mercado é o indicado.

Líder 1.0 e líder 2.0

Souza desenvolveu esses dois conceitos. O líder 1.0 é focado em metas, tarefas, realiza-se trancado na empresa, cumpre o combinado, lidera apenas sua equipe, cujos profissionais são inspirados pela hierarquia, tornam-se seguidores do chefe. “É o líder do passado, comum em empresas conservadoras, cuja característica centralizadora do fundador ainda persiste”, explica.

O líder 2.0, por sua vez, tem um olhar de 360° e atua onde for necessário, entregando sempre mais do que o combinado, compartilhando com seu time causas e propósitos, de maneira integrada, criando valores para todos os envolvidos – funcionários, clientes, comunidades – e, principalmente, formando sucessores. 

Segundo Souza, o líder 2.0 é a referência para o momento atual, com grandes mudanças econômicas, sociais e políticas. Contudo, as empresas também têm que rever conceitos. Precisam estar preparadas para esse cenário de constante transformação que exige líderes capazes. “E não adianta fazer benchmark com corporações reconhecidas como modernas. Uma fórmula bem-sucedida em uma empresa não necessariamente dará certo em outra”, alerta o consultor.

Prata da casa

Por esses motivos, o sócio-diretor da Empreenda enfatiza a importância de o líder ser formado internamente. Para tal, as empresas devem estruturar programas de formação e sucessão, considerados um grande desafio para os departamentos de Recursos Humanos e gestores. “O atual líder tem que gastar de 30% a 40% do seu tempo na formação do próximo”, ensina Souza.

Enquanto esse mundo ideal está sendo sinalizado e elaborado nas organizações, o que demanda tempo, a saída é buscar lideranças no mercado. “Para evitar erros, respeite a cultura da empresa. Não busque apenas currículos, histórico de resultados. Procure pelo perfil adequado e não o idealizado”, aconselha o consultor.

Sai o Líder Sol, entra o Líder Constelação

Eduardo Shinyashiki, especialista em desenvolvimento das competências de liderança e preparação de equipes, conta que, por muito tempo, os sistemas de liderança nas empresas eram vistos como caminhos a serem percorridos de forma solitária e o segredo para alcançar o sucesso esteve em uma postura individualista. “As tarefas mais importantes ficavam concentradas em uma pessoa, um Líder Sol, o único com espaço para brilhar e receber os méritos pelos resultados.” 

Segundo ele, hoje, as empresas procuram por pessoas com o perfil de um Líder Constelação, alguém capaz de oferecer a oportunidade para todos brilharem e se realizarem dentro do ambiente corporativo. “O papel de quem está no topo não é ser o único responsável pelos resultados, mas, sim, ter a capacidade de identificar as qualidades de seus profissionais e conseguir delegar as tarefas de acordo com o perfil de cada um, sempre com respeito e sensibilidade”, compara.

Via, Portal HSM



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