GUSTAVO CERBASI - Cuide bem de sua antiga poupança

Como esperado pelo mercado, a taxa básica de juros (a Selic) atingiu seu menor nível histórico. Com juros mais baixos, diminuem as diferenças entre os vários produtos classificados como renda fixa. Sua rentabilidade é atrelada à taxa de juros que os bancos cobram quando emprestam dinheiro um ao outro, a CDI. Ela orienta a maioria dos produtos como CDBs, letras financeiras e letras de crédito. Como o CDI vem caindo, também diminuiu a diferença entre os produtos oferecidos pelos bancos a seus clientes.

Quando a Selic e o CDI estavam em 20% ao ano, um CDB de banco de varejo que oferecia 90% do CDI pagava ao investidor algo próximo de 18% ao ano. Um CDB de pequeno banco ou uma letra financeira que pagava 105% do CDI premiava o investidor com 21% ao ano. Hoje, essa diferença de 3 pontos percentuais é impensável e será mais utópica à medida que os juros baixarem mais.

Ganha mais destaque com possíveis novas quedas nos juros o rendimento sobre os saldos depositados em caderneta de poupança antes de 4 de maio, fixado em 6,17% ao ano mais a taxa referencial. Como a poupança é isenta de impostos, e o rendimento sobre esses saldos será fixo, cada nova queda na Selic aproximará o desempenho da antiga poupança dos melhores produtos de renda fixa do mercado.

Surpreendentemente, a poupança, até então considerada investimento adequado apenas para o poupador com recursos limitados e pouco conhecimento financeiro, pode virar o melhor produto de renda fixa caso a taxa Selic caia ao patamar de 7,25% ao ano. Nesse nível, os produtos que pagam 100% do CDI estarão rendendo 6,16% após o desconto do Imposto de Renda.

Abaixo do patamar de 7,25%, a opção de renda fixa para os grandes investidores será manter saldos na antiga poupança (caso já tenham depositado). Ou investir em diversos títulos de bancos menores, com maior risco. Outra opção de investimento que ganha força são os planos de previdência privada. Normalmente desprezados por parte dos especialistas, os planos sem taxa de carregamento e com taxas de administração inferiores a 1% ao ano permitem, com alguns cuidados, a restituição de até 100% do imposto retido.

Esses produtos que, até então, assumiam as últimas colocações nas listas de recomendações de analistas podem ganhar atratividade, desestimulando investidores tradicionais a continuar na renda fixa. A dúvida é se a economia permitirá reduzir a taxa Selic para 7,25% ao ano ou menos. E se o lobby dos bancos não imporá novas mudanças nas regras da renda fixa para preservar lucros.

Gustavo Cerbasi (www.maisdinheiro.com.br) é consultor financeiro e autor de Casais Inteligentes Enriquecem Juntos (Ed. Gente), Como Organizar sua Vida Financeira (Elsevier Campus) e Pais Inteligentes Emriquecem seus Filhos (Ed. Sextante).
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